
Primeiro o jornalista, Calçade:
A paradinha vai acabar. A assembleia da International Football Association Board, marcada para 6 de março, deve eliminá-la do futebol. Lamento, não a considero um crime. Entendo que o batedor do pênalti pode usá-la antes de colocar a bola em jogo.
Os cartolas, irritados com a paradinha, não exigem que os árbitros cumpram a regra que impede o avanço dos goleiros. Não escondem a preocupação com os arqueiros, a quem pretendem proteger. Resumindo: preferem beneficiar o infrator. No centro de tudo há uma questão cultural. Penso que tem muito cartola também preocupado com o excesso de dribles e de jogadas desconcertantes. A paradinha é uma molecagem, admito, que não cabe na cabeça do europeu. Trata-se de um lance que exige técnica e sangue frio. Por isso vai dançar.
A contradição:
Um lance de raciocínio rápido e de muita esperteza decretou a vitória do Porto sobre o Arsenal (2 a 1), nesta quarta, no estádio do Dragão. Ruben Micael cobrou com muita rapidez um tiro livre indireto dentro da área inglesa e deixou o colombiano Falcao García à vontade para fazer o gol da vitória (assista ao vídeo, http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/portugues/0,,MUL1495243-9850,00-FALCAO+GARCIA+EXPLICA+SEGREDO+PARA+GOL+DE+PELADA+ESTAVA+MUITO+ATENTO.html).
O próprio Falcao falou sobre o lance, muito reclamado pelo técnico do Arsenal, após a partida desta quarta. O segredo para o sucesso da jogada é simples: atenção.
E aí? A paradinha deve acabar?